Jovem descobre que passou em medicina na UFPE ao acordar de coma e segura vaga até se recuperar: 'Pensaram que eu ia falecer'

  • 25/10/2025
(Foto: Reprodução)
Heberth Santana denuncia elevador quebrado e falta de acessibilidade na UFPE Um jovem de 19 anos, com o sonho de ser médico, quase teve os planos interrompidos na madrugada do dia 16 de dezembro de 2023, dias após fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Heberth Vinícius Santana estava no carro com o tio quando os dois sofreram uma tentativa de assalto. Na fuga em alta velocidade, o veículo capotou inúmeras vezes. Heberth, que mora no Recife, mas estava em São Paulo para fazer outras provas de vestibular, sofreu traumatismo craniano, lesões na coluna e ficou paraplégico. Após acordar de 15 dias de coma, ele soube que foi aprovado em medicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O estudante conseguiu segurar a vaga por um ano e nove meses até se recuperar. Agora, como aluno do primeiro período do curso, ele passou a se dedicar, também, à luta para garantir e melhorar a acessibilidade no campus (veja vídeo acima). ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE No dia do acidente, Heberth ficou preso às ferragens e precisou ser resgatado pelos bombeiros. Quando ele chegou ao hospital, os médicos desacreditaram da sua recuperação. "Eu era o paciente mais grave da UTI [Unidade de Terapia Intensiva]. Tanto é que minha mãe só estava na UTI [como acompanhante] porque as pessoas pensaram que eu iria falecer, daí permitiram que ela ficasse lá", contou ao g1. Antes de receber alta hospitalar, em fevereiro de 2024, Heberth precisou fazer cirurgias na cabeça e na coluna. Foi durante o período em que ficou desacordado, em coma, que o resultado do vestibular saiu. "Descobri que eu tinha passado na prova quando acordei do coma. A minha mãe falou que ela estava meio apreensiva em me contar que tinha passado, porque eu tinha acabado de descobrir que eu estava paraplégico. As pessoas me falaram que eu estava paraplégico e logo em seguida ela falou que eu fui aprovado na faculdade de medicina", disse o estudante. Ele foi aprovado para a primeira entrada do curso, ou seja, suas aulas deveriam iniciar em abril de 2024. Porém, Heberth ainda estava se recuperando das sequelas do acidente. Ele precisava fazer fisioterapia e outra cirurgia em São Paulo antes de viajar de volta para o Recife. O aluno enviou para a UFPE a documentação provando que estava em reabilitação e não conseguiria iniciar as aulas no prazo determinado. Com isso, a instituição de ensino, para reservar a vaga, fez o trancamento do curso no primeiro período – um procedimento que não é realizado normalmente. Heberth Santana, de 21 anos, é aluno de medicina na UFPE Reprodução/Whatsapp Luta por acessibilidade Durante um ano e nove meses de recuperação, Heberth precisou trancar outros dois períodos do curso. Ele só conseguiu iniciar as aulas em setembro, no segundo período de 2025. Agora com 21 anos, Heberth Vinícius usa seu perfil no Instagram para mostrar sua realidade no campus que tem falhas na acessibilidade. Seus vídeos mostram as condições dos banheiros, a falta de rampas de acesso e os elevadores quebrados. Seus apelos ganharam visibilidade e o universitário relatou que algumas demandas já foram atendidas pela universidade, como o banheiro acessível no Centro de Ciências da Saúde (CCS) e mesas adequadas para ele. O g1 questionou a UFPE sobre as questões de acessibilidade. Por meio de nota, a instituição informou que: as demandas relativas à infraestrutura apresentadas pelo estudante e sua mãe foram recebidas; foram realizadas adequações nos banheiros do centro, para garantir o acesso a estudantes cadeirantes; o outro elevador [no CCS], que dá acesso à área de Medicina Social, aguarda peças para o devido reparo; outras intervenções estão em planejamento para a devida adequação dos demais prédios às leis de acessibilidade. Um dos principais problemas é o elevador que dá acesso à sala de aula prática de anatomia, no CCS, que está quebrado. A universidade informou ao estudante que o conserto seria feito até 27 de outubro. "Espero muito que eles cumpram com o prazo. Daí eu conseguirei ter acesso às aulas de prática de anatomia. A minha turma abraçou a causa, e daí não estão ocorrendo aulas práticas de anatomia para minha turma. Estamos tendo aulas teóricas, mas não temos aulas práticas", disse. Até que o conserto seja feito, Heberth disse que foi sugerido que ele usasse o elevador de serviço do prédio, o mesmo utilizado para levar peças anatômicas. Essas peças são os cadáveres conservados em formol utilizados para estudos acadêmicos. Ele e alguns estudantes recusaram a proposta, pois as peças anatômicas liberam subsbtâncias e bactérias que podem contaminar o ambiente. O formol também é cancerígeno e não é ideal o contato contínuo. O aluno ficou surpreso ao receber o apoio dos colegas de sala. Antes de começar as aulas, ele já imaginava que iria enfrentar dificuldades com acessibilidade e ficou com receio de incomodar os outros estudantes. "Talvez as pessoas ficassem chateadas por não ter aula prática e ficassem com raiva de mim, por impossibilitar a aula prática. Mas eu me deparei com o extremo oposto. A galera abraçou muito bem a causa da lutar pelo direito à acessibilidade e em relação a cobrar a quem precisa ser cobrado para que providencie a acessibilidade", contou. Heberth Santana participa de ato por acessibilidade no campus da UFPE Reprodução/Instagram VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2025/10/25/jovem-descobre-que-passou-em-medicina-na-ufpe-ao-acordar-de-coma-e-segura-vaga-ate-se-recuperar-pensaram-que-eu-ia-falecer.ghtml


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